1.14.2010

I wish i could be a yogui


Os meus pais decidiram, mesmo antes de mim (que o faria seguramente mais tarde), que eu não era dada ao desporto. Logo, todas aquelas frases típicas de criança do tipo - "ontem fui à natação", "eu ando no ballet" ou "hoje tenho o sarau da ginástica" eu nunca as pude dizer.
E a verdade é que, apesar da minha vida assustadoramente sedentária, tudo corria maravilhosamente bem e, mesmo depois da adolescência, conseguia manter uma mente jovem num corpo jovem.
Acontece que tudo isto mudou há uns meses.
De um dia para o outro, o meu corpo ganhou vida própria e apercebeu se de que era bem mais maduro do que a minha mente. A partir daí, sem me querer alongar demais, refiro apenas que, se espremesse o meu rabo, provavelmente teria sumo de laranja todos os dias para o pequeno almoço.
Dadas as circunstâncias, e em pleno desespero de causa, comecei a pensar em desportos que me pudessem entusiasmar, que me trouxessem alguma coisa de novo e diferente para que n houvesse vontade de desistir ao fim de um mês como, de resto, acontece sempre que imagino que vou para um ginásio.
Vai daí, inscrevi-me no Yoga.
E o Yoga é, de facto, diferente. Principalmente porque me ensinou, com todas as letras, que nem tudo o que parece é.
Eu, por exemplo, parecia jovem e magra numa turma de velhos e gordos e, afinal, sou uma pessoa com gravíssimos problemas nas articulações numa turma de artistas de circo.
E se, durante toda a juventude, sempre fui a personificação do mito das que ficam para último quando se trata de formar equipas nas aulas de educação física, parece que no Yoga também não sou melhor.
Ando há 2 meses na procura incessante dos movimentos perfeitos, da elasticidade perdida, do equilíbrio interior e exterior e, what really sucks, é que ainda não encontrei nenhuma dessas coisas em mim.
E eu decoro as técnicas no YouTube, esforço me, concentro todas as minhas forças em cada exercício e quando já não posso mesmo mais abro os olhos e vejo que, mais uma vez, a única a desistir fui eu e os meus 26 anos de músculos flácidos.
Evoluí, é certo, mas ainda estou longe de ser escolhida por alguém caso a minha professora decida fazer algum jogo de Yoga em grupo. Ainda ninguém vai querer ficar comigo e só porque não fiquei traumatizada em criança, nunca se sabe se não posso ficar agora.
Mas, na verdade, o pior não é isto.
O mais grave de tudo, o que me faz chegar a pôr a hipótese de desistir e que me rói de vergonha por dentro é que, a não ser nas primeiras três aulas em que - quiçá - estaria menos à vontade.. adormeço sempre no relaxamento.
Como um bebé!
Adormeço no primeiro minuto e só acordo quando a minha professora (amorosa) põe a tocar uns passarinhos para voltarmos ao mundo real.
E de nada me serve repetir ininterruptamente enquanto me deito "hoje não vou adormecer, hoje não vou adormecer" porque, quando dou por ela, já lá estou outra vez. Naquele ponto de relaxamento onde somos transportados para uma outra realidade, sim, mas que decididamente não é a dos yoguis.
E é mau ser a tótó da turma que "no outro dia ressonou no relaxamento".
Ninguém merece.




1 comentário:

  1. Que coincidência ler este post agora...ia ligar agora para uma escola de Yoga. Tenho imensos receios, mas penso que serà o melhor para mim.

    Um beijo

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